sábado, 26 de maio de 2012

Memória descritiva - Infografia jornalística

“«Havia nascido a infografia (…) fruto dos desejos da humanidade para comunicar-se melhor, por deixar mais completas aquelas primeiras formas de se comunicar» (De Pablos, 1998:02)”. (...) Serra (1998) afirma tratar-se de uma disciplina que une desenho, ilustração e jornalismo. Não existe, todavia, um significado único, acabado ou definido para as infografias, mas o consenso de que o objectivo de um infográfico deve ser facilitar a compreensão dos factos, processos e dados (Holmes, 2002) (Valero Sancho, 2001) (Cairo, 2008)." (RANIERI, 2008)

A terceira proposta para a unidade curricular de Design de Comunicação Visual foi a da elaboração de uma infografia jornalística, com base num acontecimento ou notícia.
Como me interesso bastante por questões demogáficas surgiu-me a ideia de elaborar uma comosição baseada na (baixa) natalidade registada em Portugal continental e insular. A baixa natalidade é um grave problema que o país atravessa e que, aliada ao aumento da esperança média de vida, não garante a renovação de gerações e torna a populaçã portuguesa mais envelhecida.
Assim, comecei desde logo a minha pesquisa documental em notícias relacionadas (DN, JN, TSF, ... – facultadas no blog) e em dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística. Contudo, no INE tive apenas acesso ao número de nados vivos entre 2006 e 2010, não incluindo, por isso,  os dados relativos a 2011 – facto a lamentar porque tinha idealizado uma  composição que incentivasse jovens casais a ter filhos, representando o ano de 2012 com uma interrogação que dependeria destes.
Depois de uma idealização mental e do esboço já apresentado, comecei a elaborar a composição propriamente dita. Para o trabalho, intercalei a utilização do Adobe Photoshop e Adobe Illustrator. Este foi elaborado por várias etapas e várias versões, tendo sido por isso difícil eleger apenas uma.
Para a representação do número de nascimento de uma forma visualmente agradável, pesquisei vários desenhos de bebés em ponto pequeno – apresentam cores neutras – pastel e cor de pele – não associável a um sexo uma vez que não há essa divisão.
A representação gráfica do país do lado direito – em várias cores para experiência – pareceu-me óbvia para contextualizar o assunto numa publicação, por exemplo, no estrageiro. Poderia ser utilizada com a finalidade de comparação de taxas de natalidade entre países da UE. É de referir que, em 2007, e tal como refere uma notícia apresentada do Diário de Notícias, Portugal tinha a taxa de natalidade mais baixa de toda a União.
Para o título elegi a fonte “Sebastian” que retirei de um site e utilizei-a pelo contexto editorial em que inseri a composição visual: uma fonte mais descontraída, não serifada, regular, muito visual, numa publicação para jovens casais onde se os incentiva a serem pais. Assim, a fonte mais descontraída e num contexto mais sério, concede um cariz mais informal à composição.
A tipografia utilizada para representação dos anos (2006, 2007, 2008, 2009, 2010) é a mesma utilizada no título. Penso que é de fácil perceção e confere um visual menos austero e conservador e, por isso, mais informal. Já os números relativos ao nascimento são apresentados num tamanho pequeno, regular, com uma fonte convencional – mais simples e não tão apelativa – porque são secundários e não deveriam constituir uma mancha gráfica.
Quanto ao enquadramento do título, a docente Cristina Ferreira sugeriu-me que o fizesse através da presença de um biberão, com um desenho gráfico. Julgo que assim a composição fica com alguma congruência/contexto, uma vez que o único elemento que remetia para o tema era a representação  do número de nascimentos com pequenas representações gráficas de bebés.
Com um cariz mais lúdico e descontraído e não apenas informativo e conservador, deu-se a necessidade de encontrar um plano de fundo adequado – uma textura, um plano liso, ... – adequado.  Mais uma vez surgiram várias opções, mas optei por aquela que me pareceu mais enquadrada na composição e nas cores já adoptadas: o amarelo claro, ainda que com alguma opacidade.
Quanto ao enquadramento editorial elegi uma das revistas mais conhecidas e consultadas por jovens e futuros papás: Pais & Filhos. O logótipo retirado da Internet tinha os tons amarelos, pelo que tive de o alterar: escureci-o e enquadrei-o na composição visual já finalizada, juntamente com elementos que a credibilizassem: o código de barras e a editora.
Julgo que o trabalho final é bastante razoável uma vez que a infografia jornalística ficou simples, clara e de fácil compreensão e consulta – é  de mais agradável consulta do que um texto informativo ou um relatório do INE. A composição visual conjunta a uma notícia amplia-a e é tanto ou mais informativa do que uma composição tipográfica (texto), de leitura mais massuda e complexa.
É exatamente esta a vantagem das infografias: informar  o mesmo com menos. Os dados facultados são representados de uma forma gráfica, o que permite um maior interesse por parte das pessoas, que gastam menos tempo a reter essa mesma informação. É uma representação mais dinâmica e descomplicada.
“Um infográfico é uma unidade espacial na  qual se utiliza uma combinação de códigos icónicos e verbais para entregar uma informação ampla e precisa, para o qual um discurso verbal resultaria mais complexo e demandaria mais espaço (Colle, 2004)”. (RANIERI, 2008)

Webgrafia: RANIERI, Paulo Rodigues, “A infografia digital animada como recurso para transmissão da informação em sites de notícia”, 2008, Disponível em http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/viewFile/673/pdf 
[Consultado em 26/05/2012]

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