quarta-feira, 30 de maio de 2012

Apresentação



 

Número de bebés em Portugal
A taxa de natalidade tem vindo a ser um problema difícil de enfrentar para Portugal pelo envelhecimento e pela não renovação de gerações. É altura de inverter as estatísticas e você pode fazê-lo! Saiba quais as regalias.
 

sábado, 26 de maio de 2012

Infografia Jornalística no contexto editorial - Versão final

Versão final:



Outra versão: 


Infografia Jornalística - Versão final


Memória descritiva - Infografia jornalística

“«Havia nascido a infografia (…) fruto dos desejos da humanidade para comunicar-se melhor, por deixar mais completas aquelas primeiras formas de se comunicar» (De Pablos, 1998:02)”. (...) Serra (1998) afirma tratar-se de uma disciplina que une desenho, ilustração e jornalismo. Não existe, todavia, um significado único, acabado ou definido para as infografias, mas o consenso de que o objectivo de um infográfico deve ser facilitar a compreensão dos factos, processos e dados (Holmes, 2002) (Valero Sancho, 2001) (Cairo, 2008)." (RANIERI, 2008)

A terceira proposta para a unidade curricular de Design de Comunicação Visual foi a da elaboração de uma infografia jornalística, com base num acontecimento ou notícia.
Como me interesso bastante por questões demogáficas surgiu-me a ideia de elaborar uma comosição baseada na (baixa) natalidade registada em Portugal continental e insular. A baixa natalidade é um grave problema que o país atravessa e que, aliada ao aumento da esperança média de vida, não garante a renovação de gerações e torna a populaçã portuguesa mais envelhecida.
Assim, comecei desde logo a minha pesquisa documental em notícias relacionadas (DN, JN, TSF, ... – facultadas no blog) e em dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística. Contudo, no INE tive apenas acesso ao número de nados vivos entre 2006 e 2010, não incluindo, por isso,  os dados relativos a 2011 – facto a lamentar porque tinha idealizado uma  composição que incentivasse jovens casais a ter filhos, representando o ano de 2012 com uma interrogação que dependeria destes.
Depois de uma idealização mental e do esboço já apresentado, comecei a elaborar a composição propriamente dita. Para o trabalho, intercalei a utilização do Adobe Photoshop e Adobe Illustrator. Este foi elaborado por várias etapas e várias versões, tendo sido por isso difícil eleger apenas uma.
Para a representação do número de nascimento de uma forma visualmente agradável, pesquisei vários desenhos de bebés em ponto pequeno – apresentam cores neutras – pastel e cor de pele – não associável a um sexo uma vez que não há essa divisão.
A representação gráfica do país do lado direito – em várias cores para experiência – pareceu-me óbvia para contextualizar o assunto numa publicação, por exemplo, no estrageiro. Poderia ser utilizada com a finalidade de comparação de taxas de natalidade entre países da UE. É de referir que, em 2007, e tal como refere uma notícia apresentada do Diário de Notícias, Portugal tinha a taxa de natalidade mais baixa de toda a União.
Para o título elegi a fonte “Sebastian” que retirei de um site e utilizei-a pelo contexto editorial em que inseri a composição visual: uma fonte mais descontraída, não serifada, regular, muito visual, numa publicação para jovens casais onde se os incentiva a serem pais. Assim, a fonte mais descontraída e num contexto mais sério, concede um cariz mais informal à composição.
A tipografia utilizada para representação dos anos (2006, 2007, 2008, 2009, 2010) é a mesma utilizada no título. Penso que é de fácil perceção e confere um visual menos austero e conservador e, por isso, mais informal. Já os números relativos ao nascimento são apresentados num tamanho pequeno, regular, com uma fonte convencional – mais simples e não tão apelativa – porque são secundários e não deveriam constituir uma mancha gráfica.
Quanto ao enquadramento do título, a docente Cristina Ferreira sugeriu-me que o fizesse através da presença de um biberão, com um desenho gráfico. Julgo que assim a composição fica com alguma congruência/contexto, uma vez que o único elemento que remetia para o tema era a representação  do número de nascimentos com pequenas representações gráficas de bebés.
Com um cariz mais lúdico e descontraído e não apenas informativo e conservador, deu-se a necessidade de encontrar um plano de fundo adequado – uma textura, um plano liso, ... – adequado.  Mais uma vez surgiram várias opções, mas optei por aquela que me pareceu mais enquadrada na composição e nas cores já adoptadas: o amarelo claro, ainda que com alguma opacidade.
Quanto ao enquadramento editorial elegi uma das revistas mais conhecidas e consultadas por jovens e futuros papás: Pais & Filhos. O logótipo retirado da Internet tinha os tons amarelos, pelo que tive de o alterar: escureci-o e enquadrei-o na composição visual já finalizada, juntamente com elementos que a credibilizassem: o código de barras e a editora.
Julgo que o trabalho final é bastante razoável uma vez que a infografia jornalística ficou simples, clara e de fácil compreensão e consulta – é  de mais agradável consulta do que um texto informativo ou um relatório do INE. A composição visual conjunta a uma notícia amplia-a e é tanto ou mais informativa do que uma composição tipográfica (texto), de leitura mais massuda e complexa.
É exatamente esta a vantagem das infografias: informar  o mesmo com menos. Os dados facultados são representados de uma forma gráfica, o que permite um maior interesse por parte das pessoas, que gastam menos tempo a reter essa mesma informação. É uma representação mais dinâmica e descomplicada.
“Um infográfico é uma unidade espacial na  qual se utiliza uma combinação de códigos icónicos e verbais para entregar uma informação ampla e precisa, para o qual um discurso verbal resultaria mais complexo e demandaria mais espaço (Colle, 2004)”. (RANIERI, 2008)

Webgrafia: RANIERI, Paulo Rodigues, “A infografia digital animada como recurso para transmissão da informação em sites de notícia”, 2008, Disponível em http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/viewFile/673/pdf 
[Consultado em 26/05/2012]

Inspirações
















Versões: 



Segundo ensaio teórico: Análise crítica de uma infografia


“A palavra «infografia» é um neologismo  que deriva do termo norte-americano «infographics», resultado da contracção de «information»  e «graphics». Trata-se de uma disciplina que apresenta uma informação através de esquemas visuais simplificados, e não se aplica apenas ao jornalismo, sendo este apenas um dos campos (Colle, 2004).” 
(RANIERI, 2008)


A infografia apresentada está disponível no no jornal Record versão online, um diário de informação generalista especializado em desporto.
Esta foi disponibilizada no site no dia 26 de Abri, e é referente às duas melhores épocas de Cristiano Ronaldo – a atual, 2011/2012, e a de 2010/2011. Nela compara-se o número de golos consoante o númerio de jogos em diferentes taças/campeonatos onde é evidenciado o resultado total: na atual época CR7 superou o número de jogos em golos, sendo que na de 2010/2011 marcou um golo por jogo, em média.
Relativamente à composição visual propriamente dita, julgo que é bastante simétrica. De cada lado as duas diferentes épocas, com a representação do jogador no meio, com o equipamento do Real Madrid, clube da capital espanhola que representa. No plano de fundo é perceptível, mas não confuso, o símbolo do clube dirigido por Mourinho. Entre o título e as duas tabelas há uma clara divisão física, quebrada pelas palavras “em golos oficiais”, uma quebra inteligente pelo significado das palavras na composição.
Julgo que a fonte escolhida é a indicada, por ser não serifada, em bold, e o facto de estar em caixa alta (ABC) torna-a de fácil leitura. Também as cores – preto, branco e azul – me parecem pertinentes na infografia por se tratarem de cores visíveis, quase sóbrias e neutras à exceção do azul. São também as cores do clube, e estão, por isso, relacionadas com a temática futebol.
A disposição dos elementos pela composição é, na minha opinião, e tal como já referi, a mais acertada por ser simétrica: duas tabelas intercaladas com o boneco, com uma pequena descrição acima e a sua divisão – física (com uma linha longitudinal) – do título. O facto de o fundo se apresentar branco confere uma certa seriedade e credibilidade da informação.
Este tipo de composições, no site do Record e em outros, facilita a percepção da informação que, passada para um texto, exigiria mais tempo dispendido para ser assimilada e ficaria mais confusa e complexa. Com a infografia há uma leitura mais dinâmica da informação que poderia estar num texto. Porém é mais agradável à vista, mais chamativo e princialmente mais dinâmico, dando a idéia de que a informação mais importante está contida naquela simples composição visual.
Julgo que as entidades são valorizadas por dispor de infografias explicativas, pelo menos no contexto online, uma vez que devem tirar partido das inúmeras potencialidades multimédia que um site oferece, possibilitando ao leitor uma assimilação da informação mais soft, colorida e gráfica, mas não menos completa.  “Em tempos de jornalismo em mudança, as maneiras de se transmitir notícias também sofrem alterações. As actividades nas redacções mudam, a linguagem muda, as  ferramentas mudam. Nesse contexto, vemos a infografia digital animada como importante ferramenta utilizada pelos sites de notícias para informar o leitor.” (RANIERI, 2008)

Webgrafia: RANIERI, Paulo Rodigues, “A infografia digital animada como recurso para transmissão da informação em sites de notícia”, 2008, Disponível em http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/viewFile/673/pdf 
[Consultado em 26/05/2012]

quarta-feira, 2 de maio de 2012

3º Proposta - Infografia Jornalística

 O que é a infografia?


"«qualquer informação apresentada em forma de um 
diagrama – isto é, desenhos nos quais se mostram as relações entre as diferentes partes de um conjunto ou sistema – é uma infografia» (Cairo, 2008:21)". 
(RANIERI, 2008)

"Infografia não é uma linguagem do futuro, é do presente"

Exemplos de Infografias 









segunda-feira, 16 de abril de 2012

Infografia Tipográfica


Versão a cores:




Versão a preto e branco:



Ensaio teórico da Infografia Tipográfica:


“Typography is known for two-dimensional architecture & requires extra zeal within every job”


In a Typography anatomy lesson: http://designdecomunicacaovisual.blogspot.pt/


A segunda proposta para a unidade curricular de Design de Comunicação Visual imposta foi a da criação de uma Infografia Tipográfica. Isto é, uma composição visual de informação onde o único elemento fossem apenas fontes de diferentes tipos, tamanhos, espessura (..) Em caixa alta (ABC), em caixa baixa (abc), com serifa A, sem serifa A
A verdade é que, no mundo de hoje, é tudo tão visualmente efémero que nem damos conta da grande quantidade e variedade de letras (fontes). 
Mas é também verdade que quando, por exemplo, o anúncio da nossa marca preferida de roupa, carros, cosmética altera o seu grafismo – incluindo as letras – notamos de imediato a diferença porque vivemos, de facto, de estímulos visuais.
Para a elaboração desta infografia tipográfica escolhi um pensamento de Florbela Espanca, poetisa portuguesa de renome que se suicidou em 1930. 
A sua vida, cheia de sofrimento interior, inquietação e tumultuosa, espelha-se na sua escrita – inclusive na composição seguinte:
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!" Fonte: - Correspondência (1930) Tema: - Alma
Esta pequena citação é marcada pela agitação, confusão e inconformismo e, por isso, decidi utilizar uma cor quente nas palavras à excepção da palavra “Pessimismo”, na qual decidi fazer uma gradação de cores neutras (preto, cinzento, branco).
Também o nome deste pensamento se encontra em evidência no centro da composição: a palavra “alma” surge variadas vezes num movimento ondulado - que dá ideia de continuidade - e com diferentes tipos de letra: representam a diversidade e quantidade de diferentes tipos susceptíveis de existirem, nos seus diferentes estados. Assim, para a mesma palavra são vários os estilos das fontes – serifados, não serifados, em bold, proeminentes, simples, apelativos, descontraídos (..).
No resto da composição gráfica surgem em destaque as palavras que o mecerem: “quero”, “exijo”, “pessimista”, “exaltada”, “angústia”, “intensa”, “violenta”, “atormentada” e “saudades”. Todas estas palavras estão representadas em caixa alta (ABC), numa fonte facilmente legível, não serifada e a bold, características que lhes conferem simplicidade mas também força. 
A última palava referida “Saudade” mereceu da minha parte especial dedicação pelo que lhe dei um cariz um pouco infantil, ingénuo pela ignorância quanto à sua razão de ser (Saudades.. sei lá de quê!)
O texto intermédio foi representado com uma fonte mais requintada, também esta a bold, e numa mais pequena dimensão. Neste, apenas à expressão “sede de infinito” foi dada diferenciação por resumir, na minha opinião a “Alma” desta bela mas inquieta citação de Florbela Espanca. Ela que, de resto, foi considerada por Fernando Pessoa como"«alma sonhadora/ Irmã gêmea da minha!»".
A exaltação, intensidade, violência, angústia e saudade definem, sem dúvida a poetisa e talvez também parte de mim – por isso selecionei este texto. 
Esta “sede de infinito” leva a que se percorra a alma num movimento incessante em busca, quem sabe, de alguma quietude e paz. Apesar de complexo, este processo pode ser também linear e simples, razão pela qual apenas a palavra “Alma” aparece várias vezes com fontes mais elaboradas, sendo todo o resto da composição marcada pela confusão da disposição do texto mas pela simplicidade e intensidade das suas fontes.


À MEMÓRIA DE FLORBELA ESPANCA


Dorme, dorme, alma sonhadora,
Irmã gémea da minha!
Tua alma, assim como a minha,
Rasgando as núvens pairava
Por cima dos outros,
À procura de mundos novos,
Mais belos, mais perfeitos, mais felizes.

Criatura estranha, espírito irriquieto,
Cheio de ansiedade,
Assim como eu criavas mundos novos,
Lindos como os teus sonhos,
E vivias neles, vivias sonhando como eu.
Dorme, dorme, alma sonhadora,
Irmã gémea da minha!
Já que em vida não tinhas descanso,
Se existe a paz na sepultura:
A paz seja contigo!


Fernando Pessoa (poema não datado)


 Algumas Tentativas:




 

Segundo ensaio teórico




"good type feels good" 

LUPTON (2004)

"Letters are built like people"

(in papress.com)


A fonte pode constituir a principal atração de uma composição. No caso de uma composição tipográfica, esta é o único foco de atenção e torna-se perceptível a quantidade imensa de tipos de fontes disponíveis, as diferenças entre si, e ainda o facto de o estilo conseguir transmitir diferentes mensagens. 
Na própria citação de LUPTON (2004), decidi fazer uma mistura de fontes em cada uma das letras que constituiam diferentes palavras e, das poucas fontes disponíveis no Blogspot, pode verificar-se a grande diferença e divergência de estilos possíveis. 
Depois da elaboração da infografia tipográfica foi-nos pedido que reparássemos e registássemos tipos de fontes com que nos cruzamos no dia-a-dia: na rua, em casa, nos transportes (...).
Após o registo fotográfico, decorrente de uma maior atenção prestada às fontes que surgem no nosso quotidiano, decidi escolher a presente foto para o segundo ensaio teórico.
Trata-se de uma embalagem de um produto massivamente consumido no nosso país. A embalagem é, com certeza, consequente de um estudo de marketing elaborado. Ou seja, pelo facto de ser light, a embalagem deve transmitir leveza e singileza, ao invés de uma embalagem, por exemplo, de carne, que é apresenta, normalmente, cores vivas como o vermelho e não cores leves como o azul claro ou o branco.
Isto porque, e apesar da cor característica do “Continente” ser o vermelho, a marca optou pela utilização de uns tons mais suaves por se tratar de um produto light. 
Assim sendo, a fonte é grande, mais subtil e, apesar de não serifada, apresenta uma certa elegância na palavra “light”, com uma gradação de tons claros e leves. 
Essa gradação transmite, exatamente, a leveza e a elegância do produto magro, numa altura em que a sociedade vive da imagem e da magreza.
A própria anatomia da fonte é importante: "Letters are built like people" (in "Thinking with type"). A palavra “Equilíbrio” surge numa fonte elegante e leve, contrastando com o bold e arredondado de “Continente”, que sugere uma certa informalidade e proximidade ao consumidor.
Também o tamanho da fonte pesa na elaboração de uma composição. "Every typeface wants to know, “Do I look fat in this paragraph?” It’s all a matter of context. A font could perfectly sleek on screen, yet appear bulky and out shape in print." É importante que a fonte seja, por isso, adaptada ao contexto em que surge. Neste caso, a fonte utilizada para "light" é, como já disse, elegante por ser estreita e quase que clássica. Mas esta elegância é ainda mais notória se avaliarmos a fonte utilizada para a palavra "Equilíbrio" - uma fonte fina, "magra", não serifada, e principalmente, legível.
Penso que é uma embalagem muito bem conseguida por transmitir uma certa leveza (através da fonte e da cor), coincidente com o conceito “light", resultando numa composição delicada. "Good fonts come from good families" (in "Thinking with type").
Esta composição resulta muito bem entre os consumidores mais preocupados com a "linha", seduzidos pelos tons e fontes leves dos produtos e das suas embalagens e afastados de outros que apresentem tons e fontes mais fortes e carregadas que estão, muitas vezes, associados a produtos mais calóricos e mais prejudiciais à saúde.

BIBLIOGRAFIA:
LUPTON, Ellen "Thinking with Type: A Critical Guide for Designers, Writers, Editors, & Students" (Princeton Architectural Press, 2004)

WEBGRAFIA:
http://papress.com/thinkingwithtype/letter/anatomy.htm